Eu fui... e eu também!: Brasil, julho 2009 - Barreirinhas, MA

Nosso dia começou procurando uma agência ou um barqueiro para fazermos o passeio até a foz do Rio Preguiças na região "portuária" de Barreirinhas. Esse local é chamado de Beira Rio e é onde encontramos grande quantidade de bares e restaurantes da cidade.

O passeio é feito em barcos chamados voadeiras, com capacidade de 6 a 10 pessoas. As voadeiras saem por volta das 8 ou 9 horas e levam cerca de uma hora e meia navegando pelo rio por uma extensão de cerca de 40 km, passando pelas dunas de Vassouras (uma das entradas dos Pequenos Lençóis), pelos povoados de Mandacaru e Caburé, até chegar na foz do rio, com suas águas desaguando no Oceano Atlântico. O retorno inicia-se às 16 h.

Mas queríamos uma barco só para nós, porque dessa forma poderíamos parar onde e quando quiséssemos para conhecer os detalhes durante o percurso, sem ter que negociar com o grupo de viajantes que nem conhecemos.

O rio é calmo e faz jus ao nome, Preguiças! A vegetação ribeirinha é uma exuberante mata amazônica durante grande parte do percurso, onde se destacam os buritis e as jussaras (açaizeiros, isso, de onde se colhe o açaí), palmeiras típicas da região. A partir de um certo ponto, quando a ação da maré é mais evidente quanto ao avanço da água salgada do mar, a vegetação ribeirinha passa a ser de mangue. Em ambas as situações impera a beleza que emoldura o rio.

Pelo caminho, podemos ver diversas espécies da fauna da região, notadamente as aves. Curiosamente, vimos um cobra nadando pelo rio, ao atravessá-lo.

O belo e calmo Rio Preguiças.

As palmeiras mais altas são os buritis, as mais baixas são as palmeiras jussara.

Mais próximo do mar, a mudança da vegetação ribeirinha.

Arvores do mangue com suas raízes aéreas.

Dá até para ver onde o tronco da árvore começa.

Um dos braços de rio que se formam no Preguiças.

Uma cobra atravessando o rio.

Após navegar cerca de 30 km de Barreirinhas, chegamos nas dunas de Vassouras, que é uma região dos Lençóis Maranhenses mas está fora do Parque Nacional.

No local de desembarque, há uma cabana onde servem petiscos, almoços e bebidas e vendem artesanatos. No local ainda é possível observar macacos pregos que se acostumaram com as visitas dos turistas que os alimentam.

O tempo de permanência no local, quando o barqueiro leva um grupo de turistas, é aproximadamente de 40 minutos, o que não permite um passeio pelos Pequenos Lençóis para o conhecer melhor. O que não era o nosso caso.

O interessante é observar o avanço das dunas nas florestas. Ao mesmo tempo que forma uma bela composição, a transformação do ambiente pode ser aterradora, pois podemos ver como a areia destrói a mata. Mas isso é um fenômeno natural, diferente do que, nós, os seres humanos, costumamos fazer com o meio ambiente em prol do desenvolvimento.

Saindo de um braço do Rio Preguiças em frente a Vassouras.

Vassouras e o Rio Preguiças ao fundo.

Um macaco prego!

Patos selvagens na beiro do rio Preguiças.

Tivemos que escalar essa dunazinha!

A floresta e as dunas.

A altura das dunas, a floresta fica lá embaixo!

Os Pequenos Lençóis.

As dunas são tão...

... bonitas quanto as...

... do Parque Nacional...

... entretanto, com num tom mais amarelado da areia.

As dunas dos Pequenos Lençóis, o Rio Preguiças e a floresta.

Seguimos caminho para o povoado de Caburé, deixando para trás o povoado de Mandacarú, pois a parada estava programada para a volta.

Caburé fica em uma faixa de areia entre o rio Preguiças e o mar. É um pequeno vilarejo de pescadores que conta com bares e restaurantes e algumas pousadas para os visitantes que quiserem pernoitar. É um belo local de visitação, embora isolado como todos os lugares pelos Lençóis. O passeio mais comum é o bate e volta de Barreirinhas, como este que fizemos.

Para chegar na praia, de mar calmo e águas quentes, temos que atravessar uma extensa faixa de areia quente. Então, não esqueçam os chinelos.

Passando por Mandacarú a caminho de Caburé.

Locais de desembarque em Caburé.

Bela visão a caminho da praia.

A bela praia...

... de Caburé.

Seguimos caminho, navegando pelo rio até o encontro com o mar. No percurso víamos que a faixa de areia que separa o rio do mar se estreitava cada vez mais até a foz.

Pelo caminho era comum encontrarmos pescadores em seus barcos, prova que deve haver muito peixe no rio, promovendo uma economia a base de pesca na região.

Outra visão interessante era o encontro das águas que, por terem densidade diferentes, não se misturavam. Era nítido perceber onde tinha água do mar e do rio.

Família que pesca unida, permanece unida!

Mais pescadores.

A beleza do lugar.

Pescadores de novo!

Do lado esquerdo, as águas do mar. No direito, as águas do rio.

O fim do banco de areia, que separa o rio do mar.

Pescadores voltando da pesca no mar...

... e o exato momento que entra no rio.

Na volta para Barreirinhas, paramos no povoado de Mandacaru. É uma pequena vila de pescadores. Sua principal atração é o Farol Preguiças, ou Farol de Mandacaru, que de acordo com nosso barqueiro tem mais de 30 metros de altura.

Do alto do farol, podemos ter uma visão privilegiada da região do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, do Rio Preguiças, do Pequenos Lençóis, do mar e do povoado. Mas subir até lá é uma penitência: são cerca de 160 degraus! Mas vale a pena.