Chegamos ao aeroporto de São Luís e o primeiro impacto: muito calor e umidade alta. Apesar de ser agosto, a chegada não poderia ser de outra forma.
Ficamos hospedados por duas noites no Best Western Praia Mar, hoje Praia Mar Hotel. É um bom hotel, localizado a beira mar, na praia de Ponta D'Areia. Entretanto, não gostamos muito da praia. A água era marrom, devido a proximidade de grandes rios, como o rio Anil, que divide a cidade moderna do centro histórico. Mas o fato curioso dessa praia, como ocorre em todas as praias dessa região, é a extensão das marés alta e baixa, sendo esta última de grande amplitude, fazendo com que o mar recue muito, mas muito mesmo!
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Praia de Ponta D'Areia, em frente do hotel. |
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O impressionante recuo das águas na maré baixa! |
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O recuo das águas na maré baixa visto do centro histórico! |
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Praia de São Luís. |
A cidade de São Luís foi fundada pelos franceses, em 1612, após a fracassada tentativa de criação da França Antártica, no Rio de Janeiro, de 1555 a 1560. É a única capital brasileira não fundada pelos portugueses. Posteriormente, a região foi tomada pelos lusitanos.
A cidade ganhou o título de "Cidade dos Azulejos", devido a grande parte dos casarões do seu centro histórico terem suas fachadas revestidas com as cerâmicas portuguesas. Bom, pelo menos tinham, porque muitos foram arrancados em reformas ou por outros motivos.
São Luís é conhecida também como a cidade do reggae. Escutamos esse tipo de música por toda parte.
Como não tínhamos muito tempo na cidade, decidimos visitar o centro histórico, que também é conhecido por Reviver. Com mais de 3000 construções de época, é considerado o maior conjunto colonial de origem portuguesa. E havia um detalhe que deixava o centro histórico muito alegre, pois, como estávamos na época das festas juninas, havia decorações típicas por todas as ruas.
Entretanto, vale uma ressalva aqui: nessa viagem o centro histórico estava mal cuidado, com os prédios necessitando de pinturas e reformas. Visitei a região em outra oportunidade e estava melhor conservada.
Pelo que contam os moradores, os governantes passam muito tempo entre uma ação de conservação e outra. Além do mais, a depredação e retirada dos azulejos portugueses das fachadas dos prédios, em reformas e até mesmo furtos, causam grandes danos. Em muitos prédios não vemos nem mesmo vestígios deles.
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Ruas do centro histórico... |
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... decoradas com... |
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... motivos de festas juninas. |
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Centro histórico. |
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As ruas são bastante estreitas. |
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Centro histórico. |
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Centro histórico. |
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Centro histórico. |
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Lojas de artesanatos. |
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Prédio na região portuária, no centro histórico. |
Dois pontos turísticos que também valem a pena visitar são a Fonte do Ribeirão e a Igreja de São José do Desterro, ou simplesmente, Igreja do Desterro.
A Fonte do Ribeirão foi construída em 1796 e destinava-se ao abastecimento de água para os moradores da cidade. Foi uma importante fonte de água do período colonial. O piso do seu pátio é feito de pedras de cantaria.
A Igreja do Desterro foi fundada no início do século XVII. Uma capela simples e em homenagem a Nossa Senhora do Desterro. Entretanto, a arquitetura atual é data da do século XIX. É a mais antiga igreja de São Luís.
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Fonte do Ribeirão. |
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Igreja do Desterro. |
Além dos casarões, encontramos uma antiga fortificação de origem francesa, erguida em 1612. Nessa fortificação, foi construído um belo prédio, que atualmente é a sede do governo estadual, conhecida por Palácio dos Leões.
No interior do Palácio, aberto à visitação, estão expostas obras de arte sacra, quadros, peças de decoração e objetos de época, inclusive belas mobílias francesas dos séculos XVIII e XIX.
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O Palácio dos Leões... |
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... visto da avenida beira mar. |
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Um dos acessos ao Palácio dos Leões. |
O passeio a pé pelo centro histórico é exaustivo, tanto pela extensão da sua área como pelas escadarias e ladeiras. Sem falar do clima, muito calor e alta umidade do ar. Mas é dessa forma que podemos melhor conhecer os detalhes da arquitetura colonial da cidade.
São milhares de construções passando pelos sobrados até as meias moradas (casas de fachada com porta e duas janelas).
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Minha bela pelas ruas do Centro Histórico de São Luís. |
As casas e sobrados possuem amplas janelas numa infinidade de desenhos. As suas portas são muito altas e pesadas, típicas do período colonial. As ruas são estreitas e de paralelepípedos.
O interessante é que as calçadas são de pedras de cantaria, trazidas pelos portugueses como lastros das suas naus. Na volta, o equilíbrio do barco era mantido pelo peso das mercadorias destinadas a Portugal.
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Ruas de paralelepípedos e a calçada de pedras de cantaria. |
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Detalhes da calçada de pedras de cantaria, trazidas ao Brasil pelo portugueses como lastro de suas naus. |
No Reviver, encontramos, por toda parte, muitas lojas de artesanatos e bares e restaurantes, com comidas típicas.
Visitamos o Museu de Artes Visuais. No térreo havia uma exposição de azulejos, esculturas e outras obras de arte de diversos artistas maranhenses. No andar superior havia uma mostra de arte contemporânea, também de artistas maranhenses.
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Mostra de azulejos de prédios de São Luís. |
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Azulejos portugueses. |
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Azulejos portugueses. |
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Escultura de uma índia. |
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Escultura de um índio. |
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Uma obra de arte com "sacos plásticos com água colorida" em volta! |
O Convento das Mercês, do século XVII, era da ordem religiosa dos Mercedários, devotos da Nossa Senhora da Assunção.
Atualmente pertence à Fundação da Memória Republicana Brasileira, onde funciona um museu com um acervo composto de objetos de arte, porcelanas, quadros, mobílias, medalhas, etc., e também um centro cultural, onde ocorrem manifestações típicas da cultura regional, como apresentações de danças como bumba-meu-boi, tambor de crioula, cacuriá, e grandes festas como o Carnaval e o São João.
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Público assistindo a apresentações. |
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Apresentação de danças típicas. |
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Apresentação de bumba-meu-boi. |
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Bumba-meu-boi. |
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Bumba-meu-boi. |
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Uma pausa na apresentação. |
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Destaques da apresentação de bumba-meu-boi. |
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Outra cena. |
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Decoração. |
No local em que ficamos a praia não é das melhores, na nossa opinião, por ser uma praia urbana. Já a praia de São Marcos é melhor estruturada, possuindo diversos bares e restaurante na sua orla e tem uma noite muito agitada.
Uma bela praia é a do Calhau, de areia fina e muitas dunas com vegetação rasteira, típica da região, também com boa estrutura de bares e restaurantes. Entretanto, como todas as praias urbanas de São Luís, o desinteresse com o saneamento básico (mal brasileiro) tornaram-nas impróprias para banhos.
A cidade de São Luís não é daquelas cidades do nordeste brasileiro que tem praias com coqueirais e águas cristalinas, mas vale a pena conhecê-la pela riqueza da sua cultura. Seu centro histórico foi tombado pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade.
Eu fui e fiquei no centro histórico!
ResponderExcluirOlá Ogura, o Centro Histórico é um belo lugar!
ExcluirEu fui e fiquei no centro histórico!
ResponderExcluirBelas fotos, Mauro!
ResponderExcluirThiago
Obrigado Thiago. Você viu as fotos dos Lençóis Maranhenses nas postagens anteriores?
ExcluirMuito legal o centro histórico. Ja tive a oporunidade de conhecer.
ResponderExcluirRicardo.
Obrigado por visitar o blog e volte sempre!
ExcluirEstive em São Luis em janeiro de 2008. Bruno tinha pouco mais de um ano. Nossos passeios foram voltados para uma criança, mas, mesmo assim, não deixamos de visitar os mesmos lugares que vocês. Ficamos hospedados no Rio Poty Hotel. Uma maravilha! Parece um enorme transatlântico. Shampoo.
ResponderExcluirEntão está na hora de uma nova visita e não dixe de levar os meninos e a Andréa ao Parque dos Lençóis Maranhenses, em Barreirinhas! Acesse o índice do blog e dê uma olhada nas fotos do lugar. É algo que ultrapassa o incrível!
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