Chile, maio 2017 - Atacama - Animais

O Atacama é um deserto muito seco, entretanto, possui uma rica vida selvagem adaptada a extremos.

Encontramos diversos animais durante nossa estadia. Alguns conseguimos fotografar outros, não. Os animais que não conseguimos fotografar foram a águia andina, a ema e viscacha, sendo que esta última consegui fotografias que uma amiga havia tirado também no Atacama.

A seguir, um breve relato dos animais que encontramos pela região.


Flamingo

O flamingo é uma ave alta devido as suas longas pernas e o longo pescoço. Seu bico é curvado, o que facilita a filtragem da água, retendo seu alimento.

Vivem em bandos com grande número de indivíduos nas regiões próximas a água, devido ao seu hábito alimentar, composto principalmente por invertebrados aquáticos. Os camarões por ter uma grande quantidade de pigmentos vermelhos dão origem as suas penas rosáceas ou avermelhadas. 

Existem diversas espécies de flamingos e as que ocorrem na região são o flamingo chileno (Phoenicopterus chilensis), encontrado nas lagoas salinas do Atacama, e o flamingo andino (Phoenicoparrus andinus), das regiões andinas, em lagoas salinas e de água doce.

Os flamingos estão muito bem adaptados às águas de extrema concentração salina dos salares, onde vivem pequenos crustáceos, base da sua alimentação.







Gaivota andina

A gaivota andina (Chroicocephalus serranus) é encontrada em quase toda a costa sul americana do Pacífico. Em língua espanhola gaivota é gaviota!

Sua plumagem é branca com penas escuras nas asas e na cauda. No verão, a parte frontal da cabeça fica com penas negras. No inverno, a plumagem da cabeça fica branca com manchas acinzentadas na parte de trás dos olhos.

Sua dieta alimentar é composta de peixes, embora a tenhamos visto comer restos de comida humana em locais turísticos.







Avoceta andina

A avoceta andina (Recurvirostra andina), também conhecida por caiti, é uma ave encontrada na lagoas do Atacama e dos Andes. Suas penas são brancas e pretas no dorso e nas asas. Sua característica mais marcante é o bico fino e curvado para cima.

Ficam nas partes rasas das lagoas caçando pequenos insetos e crustáceos, o que é facilitado pelo seu bico curvo para escavar o fundo.





Taguá gigante

A taguá gigante (Fulica gigantea) é uma ave que vive nos rios e lagos de água doce dos altiplanos andinos, altitudes que alcançam 4000 m ou mais.

Possuem plumagem negra e grandes patas com longos dedos. Seus ninhos são feitos de material vegetal, grandes e altos o suficientes para ficarem acima do nível da água.

Seu hábito alimentar é vegetariano e possuem cerca da 50 cm, pesando entre 2,0 a 2,5 kg.






Ganso andino

O ganso andino (Neochen melanoptera) é uma ave que vive nas lagoas dos altiplanos andinos, que chegam de 3000 a 4000 metros de altitude.

Tem plumagem branca, exceto nas asas e na cauda. O bico é relativamente menor que os dos patos, seus parentes. Eles vivem em bandos. Se alimentam de plantas, pastando próximo as águas.






Vicunha

A família Camelídeae compreende os camelos em geral. 

O gênero Camelus possui duas espécies: camelos e dromedários. Os camelos (Camelus bactrianus) possuem duas corcovas e são originários da região do deserto de Gobi (norte da China e parte da Mongólia) na Ásia oriental. Já os dromedários (Camelus dromedarius) são originários do Oriente Médio e norte da África e possuem uma só corcova. 

Os camelídeos da América do Sul não possuem corcovas e existem quatro espécies: as lhamas (Lama glama) e as alpacas (Vicugna pacus), encontradas somente domesticadas, e as vicunhas (Vicugna vicugna) e os guanacos (Lama guanicoe), que vivem em estado selvagem.

A vicunha é o menor camelídeo da América do Sul, chegando a cerca de 1,00 metro de altura (até a cernelha ou ombro) e aproximadamente 40 kg. Possui pelagem castanho amarelada que vão clareando nas partes mais baixa do corpo e pescoço.

São animais herbívoros e vivem em bandos. Habitam a região andina que vai do Peru até a Argentina, em altitudes que variam de 3000 a 4500 metros acima do nível do mar. 







Guanaco

O guanaco possui cerca de 1,20 a 1,30 metros de altura (até a cernelha ou ombro) e pesa cerca de 90 kg. Possui pelagem semelhante a da vicunha e se diferencia pelo tom cinza escuro dos pelos da cabeça e por ser mais corpulento.

Como as vicunhas, vivem nas regiões andinas do Peru até a Argentina, onde são abundantes na Patagônia. Suportam as elevadas altitudes dos Andes.







Lhama

O maior dos camelídeos sul-americanos, as lhamas chegam a cerca de 1,3 (até a cernelha ou ombro) e 1,8 metros de altura até a cabeça, pesando até 150 quilos. Possuem pelagem lanosa e comprida. Criadas pelos povos andinos para se obter carne, leite e lã, estas dão origem a vestimentas muito quentes que suportam as baixas temperaturas da região. 

São vegetarianas e quando irritadas cospem sua saliva espessa em direção das pessoas ou outros animais.






Raposa andina

A raposa andina (Lycalopex culpaeus) é um dos maiores canídeos da América do Sul, pesando 8 a 11 kg e com um comprimento de cerca de 165 cm, incluído a cauda de até 50 cm. Sua pelagem é castanho avermelhada, com mescla de pelos negros e brancos.

Habita a Cordilheira dos Andes e regiões adjacentes, do Equador até a região sul da Argentina, na Patagônia e Terra do Fogo.

Como toda raposa, é um predador oportunista, se alimentando de pequenos animais da região andina, como roedores, aves, répteis, etc. e até animais domésticos.







Ratonzito andino

Esse roedor (Abrothrix andinus) é encontrado nos altiplanos andinos do Peru, Bolívia, Chile e Argentina, em altitudes que variam de 2200 a 4600 m. 

Tem porte muito pequeno, pesa entre 15 a 24 g. Sua alimentação consiste em plantas, sementes e insetos.

De hábito noturno, é visto com grande frequência durante o dia em épocas mais frias.




Viscacha

A viscacha é um roedor encontrado na região andina na América do Sul. É uma mistura de coelho com rato, mas pertence a família das chinchilas, outro roedor encontrado na região, de menor porte.

A mais comum na região do Atacama é a viscacha do sul (Lagidium viscacia), que é a que avistamos e está nas imagens abaixo. Ela é encontrada no Chile, Argentina, Bolívia e Peru. Existem ainda a do norte (Lagidium peruanum), com ocorrência no Peru e Chile, e a da planície (Lagostomus maximus) que vive na Argentina, Bolívia e Paraguai. 

São animais mais difíceis de ser observar por serem ariscos e preferem se esconder entre as pedras durante o dia. Podem viver em altitudes de até 5000 metros.

De hábito alimentar herbívoro, possuem uma pelagem espessa que as protegem do frio e chegam a medir em torno de 50-60 cm, incluído a cauda de 20 cm. 

Imagem de Rafael Martins e Joyce Frade.

Imagem de Rafael Martins e Joyce Frade.



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