Chile, agosto 2013 - Santiago

      

O Chile, além de ser um dos países mais prósperos da América do Sul, é também um dos mais charmosos. Os chilenos são educados e prestativos. O bom nível de desenvolvimento humano é visto em todas as partes, inclusive em detalhes do cotidiano agitado das grandes cidades.

Santiago nos pareceu um modelo de organização e de limpeza a ser seguido pelas nossas cidades. 

A paisagem mais bela de Santiago é a da Cordilheira dos Andes ao fundo, por detrás dos prédios; mesmo em uma época em que a névoa diminui a intensidade da luz solar.

A cidade e a Cordilheira dos Andes.

A Cordilheira vista da cidade.

No que se refere ao clima, temos nossas divergências. Adoro o frio e minha esposa o detesta! Durante todo o período da viagem a temperatura estava agradável. Mas soubemos que na semana anterior chegou a nevar e fazer frio abaixo de 0° grau. Pena... acho que erramos na data! A Carla não tem a mesma opinião. 

Nos hospedamos no Hotel Gen Suite, um hotel bem localizado, próximo ao centro histórico. 

Para quem tem tempo disponível, caminhar pela cidade é uma opção bastante interessante, além do que, o trânsito nos pareceu bem mais educado que o nosso, com respeito às faixas de pedestres por parte de motoristas e transeuntes. 

Ruas de Santiago.

Ruas de Santiago.

Ruas de Santiago.

As praças da cidade são um capítulo à parte. Elas trazem descanso para a população de forma agradável. O Parque Florestal, podemos dizer, é uma imensa praça que irresistivelmente nos convida para um passeio. Foi construído no fim do século XIX por um arquiteto francês à semelhança dos parques europeus, com muitas árvores, esculturas e fontes. Lá encontra-se também o Museo Nacional de Bellas Artes e o Museo de Arte Contemporáneo.

A vegetação do Parque Florestal.

Vista do Parque Florestal.

A beleza das formas do Parque Florestal.

Em Santiago observamos uma quantidade muito grande de cachorros na rua. Fomos informados de que a prefeitura possui programas de vacinação e de castração, para evitar o aumento da população. Talvez por isso eram todos tão dóceis (eu, Mauro, nem cheguei a subir em árvores por causa do meu pequeno medo de cães!). E no inverno eles recebem roupas de frio e tem até abrigos nos parques. 

Casinhas de cachorros no Parque Florestal.

Em nossas andanças pela cidade optamos por utilizar, na maioria das vezes, o metrô. Perto do hotel fica a estação Santa Isabel, por sinal, uma estação muito limpa, bem sinalizada e com funcionários atenciosos e proativos. 

O Centro Histórico é onde está localizada grande parte dos pontos turísticos, entretanto, há muito mais o que ver pelo restante da cidade: construções antigas e modernas convivendo harmonicamente, belas ruas e ótimos restaurantes. 

Foi pelo Centro Histórico que iniciamos os nossos passeios pela cidade. Desembarcamos na estação Plaza de Armas e fomos para a praça de mesmo nome, a qual é muito bonita e muito frequentada, tanto por turistas quanto pelos próprios chilenos. Ao redor, localiza-se a Catedral de Santiago, o Correo Central, a Municipalidad de Santiago e o Museo Histórico Nacional. 

Pitorescamente, nos deparamos com uma passeata de funcionários do Correo Central que estavam em greve! 

A Catedral de Santiago.

O Correo Central e os grevistas.

Nas imediações, encontra-se também o Museo Chileno de Arte Precolombino, mas como estava em reforma, não foi possível visitá-lo. 

Para ter uma melhor visão da cidade, fizemos o passeio com o ônibus da Turistik  (Santiago Hop on - Hop off) com narração do guia, em várias línguas, por meio de um sistema de som com fones de ouvidos. Com o tíquete em mãos é possível subir e descer em qualquer das paradas específicas da empresa durante o decorrer do dia. Assim, percorremos toda a cidade e paramos para olhar mais detidamente os pontos turísticos que mais nos interessavam naquele primeiro dia. 

Ruas da capital chilena.

Ruas da capital chilena.

A Grande Torre Santiago, que faz parte do Costanera Center, com 70 andares
 e mais de 300 metros de altura, o maior prédio da América do Sul.

Visitamos o Mercado Central, onde encontramos uma diversidade enorme de frutos do mar e seus surpreendentes aromas característicos. O prédio é composto por duas partes: uma mais externa, onde ficam as tiendas de frutos do mar e outra mais interna onde se localizam os restaurantes e um grande pátio central com mesas. As fotos do local foram perdidas. Uma pena!

Não foi possível conhecer o Palácio La Moneda e a bela praça em frente, pois estavam em reforma e isolados por um interminável tapume.

No barrio Providencia, visitamos um charmoso shopping à céu aberto, o Patio Bellavista, onde há bons restaurantes e lojinhas de artesanatos.
   

Vista a partir da entrada do Patio Bellavista.

O Patio Bellavista à noite.

Jantamos no restaurante BackStage. Fui certeiro em um salmão, Chattanooga, enquanto a Carla - como não poderia deixar de ser - escolheu uma massa com frutos do mar, Spaghetti al Cartoccio, que vinha exageradamente embalado em papel alumínio. Em ambos os pratos, a beleza da decoração e a combinação de temperos e aromas fizeram a diferença. Além do excelente vinho sugerido pela atendente, um Terrunyo Carmenere, safra 2009, da Vinícola Concha y Toro. Por sinal, um dos melhores vinhos que já bebi!

No BackStage.

O barrio Providencia é charmoso, com ruas e casas muito bonitas. É um local onde parques, praças, cultura, arte e gastronomia se encontram, proporcionando diversão tanto para os turistas quanto para os próprios santiaguinos. A visão noturna do bairro nos deixou encantados.

Ruas do bairro Providencia.

Ruas do bairro Providencia.

Ruas do bairro Providencia.

Ruas do bairro Providencia.

Pertinho do Pátio Bellavista se encontra a casa de Plabo Neruda, La Chascona, ou “A Descabelada", que é uma referência aos cabelos rebeldes da última esposa do poeta. A casa é de uma beleza e charme indescritíveis. Foi projetada pelo próprio Plabo Neruda e sua intenção era sentir como se estivesse em um navio, pois o mar era sua grande paixão. Hoje La Chascona é um museu de rara beleza, com objetos que fizeram parte da vida do poeta. Bóris foi o nosso guia e a forma como contou detalhes da história e da excentricidade da vida do poeta mais famoso do Chile e dos diversos ambientes da casa, fez toda a diferença. É proibido tirar fotos nas áreas internas da casa, uma pena!

Ainda no bairro Providencia fica o Parque Metropolitano de Santiago, que conta com um zoológico e outras atrações, além do Cerro San Cristóbal, o mais alto morro localizado na região metropolitana de Santiago, com 280 m de altura e com o cume a 880 m do nível do mar. 

No Cerro há um santuário católico dedicado a Inmaculada Concepción e no ponto mais alto há uma imagem da santa.  A subida pode ser feita a pé, de bicicleta, carro ou pelo tradicional funicular, e foi por esse modo que subimos.

De lá tem-se um visão panorâmica da cidade e extraordinária da Cordilheira dos Andes.

Vagão do funicular na estação

A subida ao Cerro San Cristóbal pelo funicular

A caminho do santuário.

Santuário da Inmaculada Concepción.

Imagem da Inmaculada Concepción.

A cidade e a Cordilheira dos Andes vista
do Cerro San Cristóbal.

A bela e a cidade.

Os preços em Santiago não são muito diferentes dos preços de Brasília, mas para quem gosta de fazer compras, vale ir ao norte da cidade, onde há vários outlets. 

Fomos conhecer o Buenaventura Premium Outlet. Na mesma rua há o The Baby Outlet, especializado em artigos para crianças, e o Outlet De Doite, especializado em material esportivo. Para chegar lá pegamos o metro, linha 5 (vermelha), até estação Vespucio Norte (a última estação). Ali pegamos um táxi que custou $7000,00. Na volta, pagamos $2000,00 a mais, pois o motorista escolheu a via em que há um pedágio.

Como todo outlet, lá também há artigos a um bom preço. Mas compras não é o que mais gostamos de fazer, especialmente nas férias!

Então, voltando aos passeios. Visitamos duas vinícolas próximas à Santiago, a Concha y Toro - a maior do Chile - e a Santa Rita. 

A Vinícola Concha y Toro, isto é, o Centro Turístico da Vinícola Concha y Toro, é muito bonito, porém o tratamento é mais comercial. Localizada no Vale do Maipo, fica a cerca de uma hora de Santiago. Essa vinícola foi fundada em 1883 e produz vinhos de diversas uvas: Syrah, Carmenere, Merlot, Cabernet Sauvignon,  Sauvignon Blanc,  Riesling, Chardonnay, entre outras. O vinho Don Melchor, que leva o nome do fundador da vínicola, Don Melchor Concha y Toro, é considerado como um dos melhores vinhos produzidos no Chile. Mas, para mim, o Terrunyo Carmenere de 2009, é quase imbatível. 

Durante o tour na vinícola, houve pausa para duas degustações e, ao final, recebemos as taças que usamos para degustar os vinhos. Um bom mimo, apesar de não terem sido, exatamente, de graça!

Entrada para a área de produção.

As instalações possuem um certo ar de arquitetura colonial e 
de uma beleza especial.

O jardim de vinhas de diversas cepas de uvas.

A bodega de envelhecimento de vinhos em barris de carvalho.

A bodega da Casillero del Diablo com vinhos envelhecendo em barris de carvalho.

A Vinícola Santa Rita, foi fundada por Dom Domingo Fernandéz Concha em 1880 (apesar do sobrenome, não há relação com a Concha y Toro). Produz vinhos das cepas Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Carmenere, Pinot Noir, Chardonnay, Cabernet Franc, entre outras. E tem um atrativo a mais, o Museu Andino, onde se encontra uma imensa coleção particular de peças pré-colombianas. A bodega (adega) Cal e Canto, que pertence a Vinícola Santa Rita foi construida por arquitetos franceses em 1880. Os melhores vinhos produzidos, como os Casa Real e os Medalla Real Cabernet Sauvignon, são envelhecidos nessa bodega. 

Em outro local da vinícola, onde ocorre anualmente um encontro de enólogos, são armazenadas garrafas de diversas safras, sendo a mais antiga do ano de 1986 (ver foto abaixo). Também foi nesse local que participamos da degustação de diversos vinhos e, ao final, recebemos de "brinde" as taças que usamos.

Fazenda Santa Rita.

Entrada para uma das instalações da fazenda.

Os vinhedos e a bela paisagem.

A caminho do museu.

Instalações para fermentação da uva.

O vinho envelhecendo em barris de carvalho.

Os vinhos de safras especiais finalizando o envelhecimento. 

Engarrafamento automatizado.

A bodega Cal y Canto.

Envelhecimento de vinhos em barris de carvalho na antiga adega.

Queria um desses!

Salud!

Dos excelentes restaurantes que conhecemos em Santiago, escolhemos o “Como Água para Chocolate” para a noite de sexta-feira. É um reduto de brasileiros, só vimos uma mesa ocupada por chilenos. Fomos muito bem atendidos pelo Sebastian, que nos indicou a entrada, os pratos principais, a sobremesa e o vinho, um Arboleda Carmenere de 2010. Tudo perfeito e na medida certa. Foi uma bela noite! Muchas gracias, Sebastián!!! 

A entrada do restaurante.

O belo salão.

O mezanino.

Detalhe do salão de entrada.

Uma mesa diferente!

  

O jantar, apesar da foto não estar muito boa.

Divino.

O grande Sebastián ao centro.

Na manhã seguinte seguimos rumo a Santa Cruz.