Brasil, agosto 2016 - Jalapão, TO - O Pato-Mergulhão

Como falamos na postagem sobre o Rio Novo, nosso rafting foi prejudicado pelo pato-mergulhão. Motivo melhor, impossível.

O período (agosto-setembro) é de acasalamento e cria de filhotes da ave aquática.

E, segundo informações repassadas pelo pessoal da Korubo, existem somente sete casais do pato-mergulhão povoando o Rio Novo e um desses casais ocupa a região do rio bem próxima ao acampamento. Assim, são suspensas as atividade mais agitadas no rio para não perturbá-los.

O pato-mergulhão ocorre nos biomas do Cerrado. São exigentes em ambientes aquáticos com águas limpas e muito conservadas. Sua alimentação basicamente consiste de peixes e invertebrados aquáticos que consegue capturar com seu bico fino e serrilhado.

O ICMBio está preocupado com a população das aves e possui um Plano de Ação Nacional para a Conservação do Pato-Mergulhão, que "tem como objetivo geral assegurar permanentemente a manutenção das populações e a distribuição geográfica de Mergus octosetaceus, no médio e longo prazo; promover o aumento tanto do efetivo populacional e do número de populações".

Conforme descrito no site do WWF, o pato-mergulhão "vive em rios e riachos de águas límpidas, quase sempre com corredeiras e margeados por vegetação nativa. Por essas características (a ave, grifo nosso) é reconhecida por espécie bioindicadora. Ou seja, sua presença revela um ótimo estado de preservação dos ambientes". Ainda no citado site, atualmente "estima-se que existam apenas 250 indivíduos distribuídos na natureza de Minas Gerais (Patrocínio e Serra da Canastra), Tocantins (Jalapão) e Goiás (Chapada dos Veadeiros)".

É uma das aves aquáticas mais ameaçadas de risco de extinção do mundo. Além de ser raro, é muito arisco, daí a grande dificuldade de avistá-lo.

Entretanto, tivemos um grande privilégio. Na nossa estadia no acampamento, o grupo pode observar um casal dar um voo rasante e depois nadar pelo Rio Novo. Filmei essa cena e é pena o vídeo não ficou com uma boa qualidade, devido aos poucos recursos da máquina fotográfica usada, mas dá para ouvir o som do seu chamado de alarme. Veja abaixo.




Mas não foi só. Eu e minha esposa fizemos a trilha que sai do acampamento e segue margeando o rio. Num determinado ponto quando fotografava as belas paisagens do rio, avistei um casal de pato-mergulhão numa pedra. Parecia que estavam em um tipo de dança do acasalamento. Utilizei toda a minha experiência de "mateiro" para conseguir uma aproximação de cerca de 6 ou 7 metros do casal, até que pisei em um galho, alertando os animais, que foram embora fazendo um voo rasante pelo rio. Mas consegui cenas incríveis!

Valeu muito! Sou um apaixonado pela natureza!

A seguir, a sequência de fotos do pato-mergulhão.


















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